segunda-feira, 26 de março de 2012

ESTEATOSE

esteatose hepática é uma condição do figado causada pelo acúmulo de gordura no mesmo. 

O que é esteatose hepática?



O termo hepático tem origem grega e significa fígado. Esteato é o termo que indica relação com gordura. Portanto, esteatose hepática significa literalmente fígado gorduroso ou fígado gordo. 


Esteatose hepática 
Esteatose hepática

Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura, que compõe cerca de 10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura dentro do seu tecido.



A ilustração ao lado mostra as diferenças entre um fígado com pouco acúmulo de gordura e um figado esteatótico. Reparem no tamanho e na coloração amarelada do fígado gorduroso. 



Há algumas décadas acreditávamos que o acúmulo de gordura no fígado era causado apenas pelo consumo exagerado de bebidas alcoólicas e que a presença da esteatose era necessariamente algo danoso à saúde. Atualmente sabemos que a esteatose hepática é muito comum e pode ser causada por diversas outras condições que não a ingestão crônica de álcool.



Uma esteatose hepática leve (esteatose hepática grau 1 ou 2) normalmente não causa sintomas ou complicações. O acúmulo de gordura é pequeno e não leva à inflamação do fígado.



Quanto maior e mais prolongado for o acúmulo de gordura no fígado, maiores são os riscos de lesão hepática. Quando há gordura em excesso e por muito tempo, as células do fígado podem sofrer danos, ficando inflamadas. Este quadro é chamado de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa.  A esteato-hepatite é um quadro bem mais preocupante que a esteatose, já que cerca de 20% dos pacientes evoluem para cirrose hepática.



Portanto, a esteatose hepática é um estágio anterior ao desenvolvimento da esteato-hepatite, que como o próprio nome diz, nada mais é que uma hepatite causada por excesso de gordura. Cabe aqui salientar que nem todo paciente com esteatose hepática irá evoluir para esteato-hepatite. Na verdade, a maioria não o faz.



Causas de esteatose hepática 



Não se sabe exatamente por que alguns indivíduos desenvolvem esteatose hepática, mas algumas doenças estão claramente ligadas a este fato. Podemos citar:



- Obesidade . Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco.



- Diabetes Mellitus. Assim como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a resistência à insulina também estão intimamente relacionados ao acúmulo de gordura no fígado.



- Colesterol elevado . Principalmente níveis altos de triglicerídeos.



- Drogas. Várias medicações podem favorecer a esteatose, entre as mais conhecidas estão: corticoides, estrogênio, amiodarona, anti-retrovirais, Diltiazen e Tamoxifeno. Contato com alguns tipos de pesticidas também estão relacionados ao desenvolvimento de esteatose hepática.



- Desnutrição ou rápida perda de grande quantidade de peso.



- Cirurgias abdominais, principalmente "bypass gástrico", retirada de partes do intestino e até cirurgia para remoção da vesícula 


- Gravidez. 



Não é preciso ter alguma das condições citadas acima para ter esteatose hepática. Pessoas magras, saudáveis e com baixa ingestão de álcool também podem tê-la, apesar deste fato ser menos comum.



A esteatose hepática é mais comum no sexo feminino, provavelmente por ação do estrogênio. 



Sintomas da esteatose hepática



A esteatose hepática não causa sintomas. Normalmente, o diagnóstico é feito acidentalmente através de exames de imagem, como ultrassonografias ou tomografias computadorizadas solicitadas por outros motivos.



Alguns pacientes com esteatose hepática queixa-se de fadiga e sensação de peso no quadrante superior direito do abdômen. Não há evidências, entretanto, que esses sintomas estejam relacionados ao acúmulo de gordura no fígado. Há pacientes com grau avançados de esteatose que não apresentam sintoma algum.



O que diferencia o acúmulo de gordura benigno da esteatose hepática do acúmulo de gordura prejudicial da esteato hepatite é a presença de inflamação no fígado. Ambos os quadros não costumam causar sintomas. Clinicamente é impossível distingui-los.



Graus de esteatose hepática 



Geralmente é possível quantificar a quantidade de gordura acumulada no fígado através da ultrassonografia. Os laudos costumam indicar esteatose hepática grau 1 quando há pequeno acúmulo de gordura, esteatose hepática grau 2 quando há acúmulo moderado e esteatose hepática grau 3 quando há grande acúmulo de gordura no fígado.



Essa graduação não tem muito peso, uma vez que o mais importante é a presença ou não de inflamação no fígado. O paciente pode ter esteatose grau 3 e não apresentar inflamação hepática, mesmo após 20 anos de acúmulo de gordura, o que o coloca sob baixo risco de evolução para cirrose.



Tratamento da esteatose hepática



Não existe tratamento específico para esteatose. O alvo deve ser o tratamento dos fatores de risco citados acima. A fase de esteatose pode ser reversível apenas com alterações dos hábitos de vida.



A perda de peso é, talvez, a mais importante medida. Todavia, deve-se limitar a perda de peso ao máximo de 1,5 kg por semana para se evitar uma piora do quadro. A prática regular de atividade física também ajuda muito, pois diminui o colesterol e aumenta o efeito da insulina.



Em doentes com obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção.



Deve-se controlar o colesterol, o diabetes, e se possível, trocar drogas que possam estar colaborando para a esteatose.



Medicamentos como metformina (em pacientes não-diabéticos), vitamina E e C, losartan e Orlistat (xenical) apresentam resultados controversos e ainda não há uma indicação formal para o seu uso.




Nenhum comentário:

Postar um comentário